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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

DESPERTAR


Existe em cada um de nós um "chamado despertar" que quando reconhecido e abraçado nos faz recordar que o que criou o Universo está também em nós. Pode mudar o seu mesmo rumo, neste mesmo momento, com uma atitude, uma decisão, uma tomada de consciência. A partir do momento em que existe uma decisão, existe uma caminhada à sua frente. Existe uma rota traçada por curvas desconhecidas, com uma meta que o seu coração reconhece. Não deixe que o medo e as inseguranças o distraiam do seu verdadeiro caminho, mantenha-se fiel ao que delineou.    

A boa notícia é que é possível ao leitor libertar-se da sua mente. É esta a única libertação verdadeira. O leitor pode dar o primeiro passo neste exacto momento.

COMECE A OUVIR A VOZ DENTRO DA SUA CABEÇA com tanta frequência quanto possível. Preste atenção a quaisquer padrões de pensamento repetitivos, às  velhas cassetes que têm passado dentro da sua cabeça, porventura já há anos.
É a isto que me refiro quando digo "observar o pensador", que é outra forma de dizer: ouvir a voz dentro da sua cabeça, estar lá como a presença que testemunha. Quando o leitor escutar essa voz, faça-o com imparcialidade, ou seja não emita juízos. Não julgue nem condene aquilo que ouve, pois fazê-lo implica que a mesma voz voltou a entrar pela porta dos fundos. Em breve perceberá: ali está a voz e aqui estou eu a observá-la. Esta percepção aqui estou, esta sensação da sua própria presença não é um pensamento. Surge além da mente.
Assim, quando a pessoa escuta um pensamento, está consciente não só deste, mas também de si própria como testemunha do pensamento. Introduziu-se uma nova dimensão da consciência.

ENQUANTO O LEITOR OUVE O PENSAMENTO, sente uma presença consciente (o seu eu mais profundo) por de trás do pensamento ou sob o mesmo, por assim dizer. Nesse momento, o pensamento perde o poder que tem sobre si e depressa abranda, porque o leitor já não está a transmitir energia à mente ao identificar-se com ela. Trata-se do início do fim do pensamento involuntário e compulsivo.
Quanto um pensamento se aquieta, a pessoa experiencia uma descontinuidade da corrente mental, um hiato de "ausência de mente". No  início, os hiatos serão pequenos, talvez apenas alguns segundos, mas a pouco e pouco tornar-se-ão mais longos. Quando estes hiatos ocorrem, a pessoa sente uma certa tranquilidade e paz interior. É este o início do seu estado natural de união sentida com o Ser, que em geral é obscurecida pela mente.
Com a prática, a sensação de tranquilidade e paz aprofundar-se-á. De facto, não há fim para a sua profundidade. O leitor sentirá ainda uma emanação subtil de alegria que nasce da profundidade do ser: a alegria de Ser.
Neste estado de conexão interior, a pessoa está muito mais alerta, mais desperta do que no estado de identificação com a mente. Está totalmente presente. Este estado faz também aumentar a frequência vibratória do campo de energia que dá vida ao corpo físico.
Conforme se entra com mais profundidade neste reino de ausência de mente, como por vezes lhe chamam no Oriente, a pessoa apercebe-se do estado puro de consciência.
Nesse estado, sente-se a própria presença com tal intensidade e tal alegria que todo o pensamento, todas as emoções, assim como todo o mundo exterior, se tornam relativamente insignificantes em comparação. E, no entanto, este não é um estado egoísta, mas sim de abnegação. Conduz a pessoa para além daquilo que antes considerava o "seu ser". Essa presença é em essência, o leitor e, ao mesmo tempo, é inconcebivelmente maior que você.

ECKART TOLLE  A Prática do poder do agora