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sábado, 26 de janeiro de 2013

MeditaçãoUma das coisas que a meditação nos ensina, quando mergulhamos progressivamente em nós mesmos, é que a paz já existe no nosso interior. Todos nós sentimos um profundo desejo de paz, embora muitas vezes ela esteja escondida, mascarada de qualquer outra coisa, como se não existisse. Se examinarmos cuidadosamente a natureza humana, constataremos que ela é por essência boa, bem disposta, prestável. Ora, na minha opinião, o espírito de harmonia aumenta nos dias de hoje e o nosso desejo de viver em conjunto e em paz está a tornar-se cada vez mais forte.

Quando nos sentamos para rezar e meditar encontramos uma certa paz de espírito, somos capazes de sentir compaixão pelo pobre e pelo necessitado e de nos mostrarmos mais tolerantes com os nossos rivais. Graças à meditação, o espírito acalma-se e torna-se menos agressivo. É no entanto verdadeiramente difícil manter esse estado de espírito positivo, quando somos confrontados com as circunstâncias da verdadeira vida.

A meditação é o treino, graças ao qual criamos as condições que nos permitem enfrentar o mundo real. Mas, se não efectuarmos uma fusão harmoniosa entre as fases de meditação e os períodos de pós-meditação, esse nosso esforço espiritual pode revelar-se totalmente vão. Com efeito, nós podemos ser amáveis e compassivos durante a nossa meditação, mas, se alguém nos perseguir e insultar, corremos o risco de nos zangarmos, de nos tornarmos agressivos e de chegar mesmo ao ponto de ripostar. Ora, se isso acontecer, toda a gentileza, paciência e compreensão que desenvolvemos graças à meditação desaparecerá instantaneamente. É de facto muito fácil ser compasivo e altruista quando estamos confortavelmente sentados na nossa cadeira, mas a eficácia da nossa prática só é verdadeiramente posta à prova quando somos confrontados com um problema concreto.

(Bernard Baudouin org. - Sabedoria do Dalai Lama)